Os Quatro Quatros
(Trecho do livro O HOMEM QUE CALCULAVA de Malba Tahan)
(Trecho do livro O HOMEM QUE CALCULAVA de Malba Tahan)
̶̶ Este rico
tecido é digno do Profeta!
̶ Amigos! Eis
um delicioso perfume que lembra os carinhos de vossa esposa!
̶ Reparai, ó
cheique!, nestas lindas chinelas e neste lindo cafetã que os djins (gênios
sobrenaturais) recomendam aos anjos!
Interessou-se Beremiz por um elegante e harmonioso
turbante azul claro que um sírio, meio corcunda, oferecia por 4 dinares. A
tenda dêsse mercador era, aliás, muito original, pois tudo ali (turbantes,
caixas, punhais, pulseiras, etc.) era vendido por 4 dinares. Havia um letreiro
que dizia:
OS
QUATRO QUATROS
Ao
ver Beremiz interessado em adquirir o turbante azul, objetei:
̶ Julgo loucura comprar esse luxo. Estamos com
pouco dinheiro e ainda não pagamos a hospedaria.
̶ Não é o turbante que me interessa – retorquiu
Beremiz; - repare que a tenda dêsse mercador é intitulada ̋̏Os quatro quatros ̋̏. Há nisso tudo
espantosa coincidência digna de atenção.
̶ Coincidência? Por quê?
̶ Ora, bagdali – retornou Beremiz – a legenda
que figura nesse quadro recorda uma das maravilhas do cálculo: Podemos formar
um número qualquer empregando quatro quatros!
E
antes que eu o interrogasse sobre aquele enigma, Beremiz explicou, riscando na
areia fina que cobria o chão:
̶ Quer formar o zero? Nada mais simples. Basta
escrever:
44 – 44
Estão
aí quatro quatros formando uma expressão que é igual a zero.
Passemos
ao número 1. Eis a forma mais cômoda:
44/44
Quer
ver agora o número 2? Pode-se aproveitar facilmente os quatro quatros e
escrever:
4/4 + 4/4
O
3 é mais fácil. Basta escrever a expressão: